
Frequentou a tradicional Faculdade de Direito do Recife, onde obteve o título de Bacharel em 1956. Tendo ingressado na marinha mercante, viajou pela América do Sul e ilhas caribenhas. Não se sabe ao certo o número de suas viagens, mas elas foram importantes para a sua vida e até certo ponto para a sua obra poética.
Em Natal, vivenciou a boemia de uma época, construindo ao mesmo tempo a sua obra literária nos jornais e nas revistas, com poemas, crônicas, artigos. Publicou oito livros de poesia, a saber: O Tempo da Solidão (1960), O Livro de Tânia (1963), O Testamento de Jó (1965), A Colina de Deus (1967), Nas Fontes da Salvação (1970), Aos Teus Pés, Senhor (1972), A Fonte de Zeus (1974) e A Noite de Allah (1977).
De maneira didática, a sua obra poética pode ser divida em dois grandes eixos temáticos, que representam dimensões caracterizadoras, formando uma certa unidade ao manter entre si relações estéticas: o primeiro eixo seria a poesia lírico-amorosa em que predomina uma retomada de temas muito próximos da tradição romântica e simbolista; o segundo seria a poesia lírico-religiosa pela expressividade de seus poemas de natureza mística e bíblica que expressam a devoção, a admiração e a reverência a Deus e a seus nomes equivalentes extraídos de várias tradições religiosas (judaico-cristã, islâmica e hindu).
O poema que transcrevemos para efeito de exemplificação foi dedicado a uma de suas paixões platônicas, a figura emblemática de Tânia, motivo poético que resultou em um dos mais belos livros de poesia amorosa publicado no Rio Grande do Norte:
BALADA A TÂNIA
Tânia, Tânia,
Minha é a rosa,
Teu é o poente,
De sangue e de coral.
Tânia, Tânia,
Minha é a concha,
Teu é o pássaro,
Azul do meu sonho.
Tânia, Tânia,
Minha é a solidão,
Teu é o peixe,
De ouro e de cristal.
Tânia, Tânia,
Teu é o mar,
Meu é o rio,
De jade e de turquesa.
Tânia, Tânia,
Meu é o vento,
Teu é o pomar,
Que me traz tristeza e solidão.
(O Livro de Tânia, p. 81-83)
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