quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nicodemos Sena | Entrevista


"Muitos romancistas, como mariposas atraídas pela lâmpada, na ânsia de agradarem ao público, deixam-se seduzir pelos temas mais explosivos, escrevendo textos que pouco diferem do relato jornalístico. Há também um desprezo pelo veio arcaico e primitivo, rotulado de “atrasado”, que também forma a nossa cultura. No afã de integrar-se ao mundo civilizado, “moderno”, o escritor brasileiro, com poucas exceções, se esquece de que, faça o que fizer, será sempre um brasileiro. E muitos gostariam de não sê-lo! Toda uma tradição literária, forjada na busca de uma identidade nacional – tradição que vem de Santa Rita Durão, Basílio da Gama, Gonçalves Dias, José de Alencar, os modernistas de 1922, Cecília Meireles e Olga Savary – foi de uma hora para outra abandonada. O mito e o primitivo, e com estes a imaginação, entre nós ainda muito presentes e que são justamente os nossos elementos distintivos, foram afastados de cena, mesmo tendo servido de argamassa a pelo menos três obras-primas da nossa ficção – “Iracema”, “Macunaíma” e “Grande Sertão: Veredas”. A vida rural, arcaica, bucólica e tantas vezes àspera, que nos deu uma obra fundamental como “Vidas Secas”, foi desprestigiada. Uma literatura fragmentária, despersonalizada, sem imaginação e sem caráter, que simplesmente mimetiza a vida nas grandes cidades, ocupou o seu lugar e se impôs como literatura nacional.”

Leia a entrevista completa AQUI.

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