“Não forneço qualquer regra capaz de transformar um homem em poeta e o levar a escrever versos. Essas regras não existem. Poeta é justamente o homem que cria as regras poéticas.”
“A inovação é indispensável a uma obra poética.”
“A inovação, é evidente, não pressupõe que se enunciem permanentemente verdades inéditas.”
“O trabalho poético preparatório faz-se de modo contínuo.”
“Uma obra poética de qualidade só pode ser feita num tempo dado se se dispõe de um grande número de reservas poéticas.”
“Todas estas reservas ficam depositadas na cabeça, e as mais difíceis anotadas num bloco.”
“Nada conheço sobre o modo como serão empregadas, mas sei que tudo será utilizado”.
“A preparação destas reservas ocupa todo o tempo. Dedico a esta tarefa de dez a dezoito horas por dia e ando sempre a elaborar qualquer coisa. É esta concentração que explica a famosa distração dos poetas.”
“Em qualquer circunstância, o poeta avalia todas as ocorrências, todos os indícios, todos os acontecimentos, exclusivamente como matéria de expressão verbal.”
“O ritmo é a força essencial, a energia essencial do verso. Não se pode explicar, dele apenas podemos dizer que se diz do magnetismo e da eletricidade: são formas de energia.”
“É preciso conduzir o verso até o limite extremo da expressividade. Um dos grandes meios de expressão é a imagem.”
“Os meios de trabalhar a imagem são infinitos.”
“Os meios técnicos de trabalho sobre uma palavra são de uma variedade infinita.”
“A novidade do material e dos processos é obrigatória para cada obra poética.”
“O trabalho do poeta deve ser quotidiano, a fim de melhorar a técnica e acumular reservas poéticas.”
“Não podemos considerar a cinzelagem de um poema, o trabalho técnico, como se costuma dizer, como um valor em si. No entanto é este trabalho que torna o poema utilizável. É somente a diferença nos meios de trabalhar um poema que faz a distinção entre poetas; somente o conhecimento, aperfeiçoamento, acumulação e diversidade de processos poéticos fazem de um homem um escritor profissional.”
“É necessário que mesmo o vestuário do poeta, a sua conversa doméstica com a mulher, sejam diferentes, definidos por toda a sua produção poética.”
MAIKOSVISKI, Vladimir. Poética. Tradução Antônio Landeira, Maria Manuela Ferreira. 5. Ed. – São Paulo: Global, 1991
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