Os rios, ôh doce amiga, estes rios
Cheios de vistas, povoados de ingazeiras e morretes,
Pelo Capibaribe irás ter no Recife,
Pelo Tietê a São Paulo, no Potenji a Natal.
Pelo Tejo a Lisboa e pelo Sena a Paris...
Os rios, ôh minha doce amiga, na beira dos rios
É a terra de povoação em que as cidades se agacham
E de-noite, que nem feras de pelo brilhante, vão beber...
Pensa um bocado comigo na vasta briga da Terra,
E nas cidades que nem feras bebendo na praia dos rios!
Insiste ao pé de mim neste meu pensamento!
E os nossos corações, livres do orgulho,
Mais humilhados em cidadania,
Irão beber também junto das feras.
(In: Remate de Males. Poesias Completas, Edusp, p 277)
Nota: Potenji, com j, está conforme a grafia do autor na edição citada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário